Sansão.

A Bíblia é a palavra de Deus, o recado de Deus ao homem. 

É inerrante (no sentido de ser totalmente confiável), é mais preciosa que o ouro; embora narre relatos de pessoas que erraram e aceitaram. 

Esses relatos são exemplos para repetirmos ou não repetirmos nos dias de hoje. 

Exemplo é o livro de Juízes capítulo 13, onde lemos que os israelitas voltaram a fazer o que era mal aos olhos do Senhor (não aos olhos dos homens que não tinham parâmetros corretos). 

O resultado foi serem entregues por Deus nas mãos dos Filisteus, foram derrotados, humilhados, maltratados, subjugados, explorados e pressionados. 

Pobres, traumatizados, oprimidos e com medo, estava o povo que tinha mais uma vez desagradado a Deus com a prática da idolatria. 

Na maioria das vezes e de vez em sempre, a motivação idolatra sempre era a prosperidade. 

Neste contexto, Deus em sua misericórdia, resolveu visitar uma família para fazer algo extraordinário do jeito mais difícil e imprevisível. 

Deus escolheu uma mulher estéril, para através deste fato imprevisível trazer libertação ao povo de Israel. 

Mas frise isso: 

A maior libertação não foi das correntes dos Filisteus, mas das correntes da idolatria. 

Deus fez nascer um homem de uma mãe estéril e o designou para uma vida sem luxo e sem prazer, para servir como instrumento de resistência e vitória contra os filisteus. 

Mas frise mais isso: 

Ser nazireu não era como ter um look estilo Steven Seagal com cabelo rabo de cavalo ou galã igual Antônio Bandeiras. 

Ter o cabelo grande de nazireu era como ter aparência de um mendigo e não beber vinho era o mesmo que não ser apegado às alegrias desta terra; essa era a meta de um voto de nazireu. 

O próprio Anjo do Senhor apareceu a mulher que seria mãe mais tarde, mas ela achou que era um homem enviado de Deus. 

Manoá (o pai) orou e pediu a Deus uma nova visita, e Deus voltou. 

Mais uma vez (desta vez o marido) não reconheceu quem estava falando com eles. 

Assim estava aquela família, e assim está nosso povo hoje em dia; já não se sabe quem é Deus, já não se sabe quem deve ser adorado. 

Foi ali que Deus em sua misericórdia, impediu Manoá de cometer mais um ato idolatra com a seguinte advertência: 

Porém, o anjo do Senhor disse a Manoá: Ainda que me detenhas, não comerei de teu pão; e se fizeres holocausto o oferecerás ao Senhor. Porque não sabia Manoá que era o anjo do Senhor. (Juízes 13:16 acf). 

Precisamos saber quem Deus é (Jesus é a imagem do Deus vivo); precisamos saber a quem unicamente devemos adorar em espírito e em verdade. 

Não se trata de força humana, mas do Espírito Santo. 

Um adendo: 

Muitos evangélicos acham que só os católicos são idólatras. 

Mentira do diabo. 

Nós todos os dias somos tentados a cometer idolatria ao achar que nossa vida depende da força do nosso braço. 

Sansão não era um super herói para causar inveja nos outros homens. 

A intenção era outra, era mostrar que o Espírito e força que estava sobre ele não eram humanos.

Nossa mente contaminada por Hollywood acaba atrapalhando na interpretação deste texto.

Todos nós, principalmente homens, crescemos achando que devemos ser mais fortes que os outros e bater nos outros. 

Superman, Spiderman, Jaspion, Filmes da Marvel, 

Arnold Schwarzenegger, Silvester Stalone, foram personagens que marcaram minha infância e início de juventude. 

Nossa cultura e arte aqui no Brasil é muito influenciada pela arte europeia e da fábrica de filmes de Hollywood. 

Os conceitos de exaltação dos músculos e força física aliados a um "bom moço". 

O relato de Sansão não é um filme ou novela. 

É diferente do enredo que estamos acostumados. 

É um relato real. 

Sansão não era um "bom moço", era inconsequente e falhou várias vezes. 

O protagonista do relato não era ele, é o Espírito Santo que dava força a ele, não era o cabelo, era a promessa e a aliança com Deus, a luta não era contra homens, era contra a idolatria. 

O final também não foi "final feliz" igual dos filmes. 

Sansão morre no relato.