Não "repreenda" o devorador; coma ele!

E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.
Malaquias 3.11.

Nesta época o povo de Israel estava dando as costas para Deus, parando de orar, ler a Bíblia e largando as coisas de Deus (Templo) às traças; e por isso Deus estava os castigando com pragas. Devorador se refere à uma espécie de gafanhoto.

O que ficou da lagarta, o gafanhoto o comeu, e o que ficou do gafanhoto, a locusta o comeu, e o que ficou da locusta, o pulgão o comeu.
E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.
Joel 1.4; 2.13.

Este texto (Joel 1) fala de 4 espécies de gafanhotos; e capítulo seguinte (Joel 2) mostra como solução a corversão sincera e não meramente religiosa e hipócrita. Ambos os livros exortam o povo e os líderes religiosos.
Com isso vemos que os gafanhotos eram um castigo por causa da rebeldia do povo à Deus em todas as áraes, e não meramente na financeira.

Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão:
Todo o teu arvoredo e o fruto da tua terra consumirá a lagarta.
Deuteronômio 28.15, 42.

Nestes dois versículos de Deuteronômio fica claro que o gafanhoto era um castigo agrícola para quando o povo de Deus não ouvisse sua voz (Bíblia); e não meramente para represália para infidelidade financeira.
Aliás, em Malaquias 3.10-11 no Hebraico, notamos que não há oração subordinada nos dois versículos (português é uma coisa e hebraico outra); ou seja, o versículo 11 não está subordinado ao 10. O versículo 11 começa com um verbo (Gaar/repreenderei), e isso mostra que aquestão aí não era só dinheiro.
Sendo assim aprendemos algumas lições:
1-Dizer que gafanhoto é demônio é heresia de G-12 e teologia da prosperidade.
2-Deus não pede nosso dízimo para excluir pragas de nossas vidas; Ele pede nosso coração:

Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar, sem contudo deixar o restante.
Mateus 23.23.

3-A hora do dízimo não é o hora de "repreender o devorador"; a hora do dízimo é a hora do dízimo Voluntário e não por medo ou terror do "devorador".

Por fim; devemos ficar com a Bíblia e largar as heresias históricas culturais; devemos dizimar por amor; devemos entender que Deus quer nossa vida antes do dízimo; devemos dar e não barganhar.
Devemos ser como João Batista:

João andava vestido de pêlo de camelo e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
Ele pôs-se a proclamar: "Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado.
Marcos 1.6,7.

Comer gafanhoto caracterizava uma vida austera (sem luxo).
Nosso dízimo não compra Deus; pior que a devastação na lavoura é a devastação eterna.
Comamos gafanhotos e paremos de querer repreendê-los.

Marcos servo de Cristo.





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