Ortodoxia sem vida.

Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.
Apocalipse 2.4.


A carta direcionada ao líder da Igreja de Éfeso está em Apocalipse 2.1-7; onde apresenta características de Jesus Cristo, características da igreja e encorajamento, exortação (advertência) com respeito a alguma coisa que deveria ser corrigida, solução para concertar o erro, aviso de castigo e juízo caso a correção seja desprezada, e uma promessa condicionada (ou eletiva/seletiva) aos que ouvirem (ou lerem).
Jesus se apresenta como aquele que é presente nas 7 Igrejas, independente das falhas e acertos teológicos; Jesus é aquele que sustenta os líderes independente de serem ortodoxos. (Ortodoxia significa um ensino/doutrina correta).
A cidade de Éfeso na Turquia era muito famosa, com um porto estratégico no meio de rotas comerciais que a tornava rica; lá também era um cartão postal valorizado pelo turismo de adeptos que iam adorar no templo da falsa deusa Diana, este templo era uma das sete maravilhas do mundo, construído com marfim.
Quando o Apóstolo Paulo chegou naquela cidade anunciando o Evangelho teve muitos problemas e perseguições, pois era uma cidade hostil ao Evangelho de Cristo.
Timóteo foi líder das igrejas cristãs daquela cidade num certo período; e na época da carta de Apocalipse tanto o líder local como a Igreja de Éfeso é elogiada pela sua paciência, sofrimento, trabalho incansável; reprovação aos homens maus, aos falsos apóstolos e às obras dos Nicolaítas. (Apocalipse 2.2, 3 e 6).
Nicolaítas eram supostos cristãos que se diziam cristãos mas ao mesmo tempo não viam mal em participar de festas e cultos idolatras onde tinha comida sacrificada a ídolos e pratica de sexo imoral e pecaminoso.
Esses Nicolaítas continuaram existindo como seita até o ano 200 depois de Cristo, como escreve Tertuliano e Clemente que eram pais da igreja; essa seita além de imoral também era gnóstica (acreditava que a salvação era pelo poder intelectual vindo de diversos conhecimentos literários, esotéricos e filosóficos).
Antes de passarmos para o próximo ponto que é refletir sobre a advertência à Igreja de Éfeso; seria bom nos perguntar se estamos odiando as obras dos Nicolaítas, que engloba sexo sem compromisso, amassos e beijinhos, pornografia, olhares maldosos, exposição desnecessária de sensualidade seja em roupas ou fotos.
Hoje em dia vemos muitas denominações e grupos virtuais priorizando o sobrenatural, o entretenimento, as “zueiras” as literaturas teóricas reformadas, Calvinistas ou Arminianas; mas sem combater a tão comum obra dos Nicolaítas presente em lugares religiosos, escolas, casas, faculdades e ruas de nossas cidades; nos levando a uma sobrenaturalidade ou intelectualidade falsa, fria e morta.
Voltando à advertência para a Igreja de Éfeso que era o fato de terem abandonado o primeiro amor à Jesus Cristo (Apocalipse 2.4); nos perguntamos como uma igreja que fazia as coisas certas (ortodoxas) abandonou o primeiro amor?
Notamos a palavra grega Proton (primeiro ou primordial) ocorrendo duas vezes nas frases “abandonaste teu primeiro amor….pratica as primeiras obras”; isso nos indica que a Igreja de Éfeso não tinha que que deixar de fazer o que estava fazendo (buscar ortodoxia e lutar contra heresias), mas inverter a ordem dos fatores, eles deviam fazer algo antes disso, algo primordial que faziam antes, que era amar primeiro a Jesus Cristo.
Não adianta refutar heresias, ou fazer quanquer atividade como igreja sem antes amar à Jesus Cristo.
Fazer qualquer coisa como igreja sem depender da Graça e do amor de Deus, por mais bem que possamos fazer, se for na força de nosso braço uma hora vai cansar.
A salvação não é pela unção pentecostal ou pela teoria reformada; a salvação é pela Graça que nos leva a primordialmente a amar a Jesus Cristo.
Como Paulo disse aos Corintios:


Ainda que eu dê aos pobres tudo que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas se não tiver amor, nada disso me valerá.
O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.
1 Coríntios 13.4, 8.


A solução proposta para a Igreja de Éfeso é lembrar de onde caiu, arrepender-se e praticar as primeiras obras; caso contrário Jesus iria remover o castiçal da Igreja do lugar se eles não se arrependessem (mudassem de mentalidade). (Apocalipse 2.5).
Notamos que no versículo 5 o foco do perigo é tirado dos falsos ensinos para dentro da Igreja e de seu líder; como a frase de teólogo Jonathan Edwards, “Leia a Bíblia contra você mesmo!”.
Também no verso 5 de Apocalipse 2 vemos uma nova palavra traduzida por praticar (Poieó em grego), ela pode ser traduzida como produzir numa linguagem agrícola.
A solução não era deixar de fazer o que estavam fazendo em Éfeso, que era lutar contra enganos teológicos; mas primeiramente amar a Jesus Cristo, e olhar para si mesmo; para que assim pudessem ir além da ação, produzindo a ação.
Assim como lemos em João 15.1-5 onde Jesus nos ensina que jamais um ramos pode produzir algo de si sem estar ligado a Videira que é o prório Jesus.
Sendo assim, não somos salvos por pentecostalismo ou Calvinismo, somos salvos por Cristo.
Deus usa Davi para mostrar o primordial quando lemos o seguinte Salmo:


Vós, que amais ao Senhor, odiai o mal. Ele guarda as almas dos seus santos; ele os livra das mãos dos ímpios.
Salmos 97.10.


Ortodoxia sem amor
é como obras de palha
nadar e morrer na praia
salvo sem o Salvador.

Salvação pela própria mão
é vôlei de praia sozinho
se o Pão fosse pãozinho
O céu seria no chão.

Refutar o mal ou engano
sem amar ao Senhor
é trapo sujo de pano
ortodoxia sem amor.

Marcos servo de Cristo.

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